Ayrton Senna e Apucarana? Exploramos a trajetória do acessório que se tornou um ícone da moda e do estilo, o boné. Com raízes desconhecidas, o termo “boné” originado do francês, referindo-se a trabalhadores que fabricavam esse item derivado do chapéu, ganhou destaque na cidade de Apucarana, que é considerada a capital nacional do boné.
Para aprofundar e compartilhar esta história, pesquisamos e conversamos com algumas pessoas, mas nos baseamos especialmente em uma entrevista disponível no Youtube com o empresário Antônio Carlos Macarrão, uma figura fundamental no desenvolvimento do boné em Apucarana, compreendemos ainda mais o percurso desta história. Macarrão, que chegou à cidade no final dos anos 80, compartilhou sua experiência na Cottons Bonets, empresa que desempenhou papel crucial no boom do boné nos anos 90.
A história do boné em Apucarana remonta aos anos 70, quando Jaime Ramos e Wilson Tito Fortuna iniciaram a produção desses acessórios no porão de uma casa. Inicialmente, eles confeccionavam bandanas e bonés de forma artesanal, dando início à Flamarana, a primeira empresa do ramo na região.
O empresário Macarrão relembrou a transição para os anos 90, destacando a abertura da Cottons Bonets para novas tendências e tecnologias. Ele compartilhou sua experiência na época em que a empresa decidiu atender grandes marcas e nomes renomados, incluindo o icônico Ayrton Senna e outros: Pelé, Piquet, Xuxa e até modelos capas da PlayBoy.
Ayrton Senna, sendo um herói nacional e desportista de destaque, tornou-se o padrinho do boné em Apucarana. Macarrão descreveu a relação especial que desenvolveu com Senna e como a Cottons Bonets teve a honra de fornecer bonés para o piloto. O empresário relembrou um encontro marcante em 1993, quando teve a oportunidade de conversar com Senna durante uma corrida em Interlagos:
Enquanto Senna estava no paddock, concentrado nos preparativos do carro, Macarrão observava atentamente os bastidores da corrida. Nesse cenário, Senna, com o macacão arriado até o meio das costas, passou pelo empresário que já o conhecia desde o desenvolvimento de um boné especial no Rio de Janeiro.
O empresário, lembrando da história do boné exclusivo que desenvolvera para Senna, aproveitou o momento para pedir um boné autografado. Senna, em um gesto simples, pegou uma caneta, assinou o boné e entregou a Macarrão, desejando boa sorte para a corrida.
Esse encontro revelou a personalidade tímida, porém amigável, de Ayrton Senna. A troca de palavras foi breve, mas o gesto de Senna ao assinar o boné tornou a ocasião memorável. Macarrão, mesmo hoje, guarda o boné autografado como uma relíquia, relembrando a conexão única entre o ícone das pistas e o desenvolvimento do boné em Apucarana. Essa interação contribuiu para consolidar Ayrton Senna como o grande padrinho do sucesso do boné na região.