De Mercado Livre a Nubank: marcas do sul global superam norte-americanas

O Sul Global e a Ascensão das Empresas Locais no Mercado Internacional

Nos últimos anos, o Sul Global tem demonstrado um crescimento econômico expressivo, com empresas locais conquistando espaço e superando concorrentes internacionais em seus territórios. A concorrência com gigantes globais como a Amazon, que antes parecia um sonho distante, hoje se torna uma realidade concreta, especialmente na área do e-commerce.

Mercado Livre e o Domínio do E-commerce na América Latina

Um dos maiores exemplos dessa ascensão é o Mercado Livre. Fundada na Argentina, a empresa expandiu-se rapidamente e hoje domina o mercado de e-commerce em vários países da América Latina. Graças a um modelo de negócios eficiente, com uma malha logística robusta e uma ampla variedade de produtos, o Mercado Livre superou a Amazon em diversas regiões.

Segundo dados da MomentumWorks, divulgados pelo The Economist, a plataforma tem vantagem sobre a gigante norte-americana na Argentina e no Brasil. No México, a disputa é mais equilibrada, mas a presença do Mercado Livre ainda se destaca.

O Caso da Índia e a Força das Empresas Locais

O cenário também se repete na Índia, onde o mercado é altamente competitivo. A Amazon enfrenta desafios para ampliar sua participação, enquanto marcas locais como Flipkart, Swiggy, Zepto e Zomato crescem rapidamente. Atualmente, a Amazon responde por apenas 25% das vendas de e-commerce no país, ficando atrás da Flipkart, empresa indiana que domina o setor.

Nubank e a Revolução no Setor Financeiro

No Brasil, outro exemplo notável é o Nubank, que ganhou relevância nos últimos anos. Com campanhas de marketing inovadoras e serviços financeiros acessíveis, o banco digital se consolidou como uma das principais fintechs do mundo, atraindo milhões de clientes e competindo diretamente com grandes instituições financeiras tradicionais.

União Europeia e as Novas Regras para o E-commerce

Enquanto empresas locais conquistam espaço nos mercados emergentes, a União Europeia também está de olho na regulamentação do setor. Com o objetivo de proteger os consumidores e evitar a importação de produtos ilegais ou perigosos, o bloco econômico está preparando novas regras que responsabilizam os marketplaces por itens comercializados em suas plataformas.

A partir de 5 de fevereiro de 2025, sites como Amazon, Shein e Temu deverão garantir que os produtos vendidos estejam em conformidade com as normas de segurança da UE. Além disso, a regulamentação prevê a criação da Autoridade Aduaneira Central da UE (Euca), que unificará os dados dos 27 países do bloco para identificar riscos relacionados à importação de produtos.

Impactos das Novas Regras

As novas diretrizes incluem:

  • Fim da isenção de impostos para compras abaixo de 150 euros.
  • Responsabilização dos e-commerces pelo recolhimento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
  • Custos adicionais para descarte e manuseio de produtos ilegais ou inseguros.

A medida busca proteger a indústria local e reduzir os prejuízos causados pela falsificação de produtos, que já soma 16 bilhões de euros na UE, segundo o Financial Times.

Conclusão

O avanço das empresas do Sul Global no mercado de e-commerce e serviços financeiros mostra que a concorrência com as grandes corporações internacionais é uma realidade. A adaptação das regulações na União Europeia também reforça a necessidade de um mercado mais seguro e equilibrado para consumidores e empresas.

Nos próximos anos, o crescimento dessas empresas locais pode redesenhar o mapa do comércio global, tornando o cenário ainda mais dinâmico e competitivo.

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